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segunda-feira, junho 06, 2011

Musiquinha não!

Hoje encontrei uma colega da faculdade que está trabalhando como professora. Conversamos um pouco sobre a profissão de docente, filhos, cidade que moramos, política, baixos salários, altos salários... até que ela perguntou o que eu estava fazendo. Respondi que há algum tempo decidi que escreveria sobre e para as crianças, e que estava decidido a continuar compondo, cantando e vivendo desta forma. Foi então que ela não aguentou:
- Eu sabia que tu estavas num projeto fazendo musiquinhas para as crianças. E música de verdade, tipo MPB, tu não vais fazer?
Na hora fiquei mudo! O que leva uma professora a pensar desta forma? Será o baixo salário? Não, não pode ser! Será a insensibilidade? A falta de talento? De assunto? O que faz um ser humano chamar o outro de imbecil por trabalhar com as crianças? Em que lugar está escrito que canção infantil é menos importante, ou inteligente que qualquer outro gênero? Tá bem, existem canções infantis que subestimam a inteligência não só das crianças, mas de qualquer pessoa. Sabemos que estão soltos por aí malucos fantasiados, fazendo gracinhas sem a mínima noção, bom gosto ou ética. Assim, como também estamos cercados  de canções mais malucas ainda, dedicadas ao público adulto. Particularmente, decidi escrever para as crianças não porque é mais fácil, ou existe mercado,  mas por achar necessário primeiramente pra mim. Não conseguiria escrever algo que eu não me identificasse, ou que fosse de mentirinha. Puxa! Escrevo para os meus filhos! Não poderia mentir sobre isto! O que eu canto nas canções é o que vivo dentro da minha casa! Aliás, é o que vivemos com os nossos filhos. Não? Tô errado? Espera aí, que eu vou lá baixar o CD do Tiririca pra escutar!


Um comentário:

  1. Parabéns pelo teu trabalho, Rodrigo. Conquistar esse teu público requer uma alma diferenciada e muita competência. Torço por ti, abraço.

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