Hoje, na cidade aonde eu moro tem um vento absurdo. Aliás, este vento sopra na cidade durante quase o ano inteiro. O litoral gaúcho não deveria ser habitado por pessoas. Não há como competir com o clima. Nosso mar é hostil como se não gostasse de ninguém. Águas escuras, com raras exceções nos meses de verão completam o anti espetáculo. Mesmo assim, já perdi as contas de quantos carnavais o vento, sempre ele, impediu qualquer tipo de manifestação eufórica. Nossas praias são abertas, escancaradas, sem morros ou algo que nos proteja da violência do inverno gaúcho. Alguns acostumaram e quase nem percebem, ou fazem de conta que não notam, o mal estar que isto causa. Outros desfilam de bermuda, camisetas de manga curta, com uma temperatura de 12 graus, no máximo. Óbvio que existem lugares bem piores pelo mundo. Mas por outro lado, sei que existem milhares mais bonitos e mais justos com os seus moradores. Enquanto escrevo a janela do meu quarto balança, treme, bate e consigo escutar o assobio do sopro nada confortável deste lobo mau invisível. Estamos em outubro! Acredito que em quase todo Brasil as pessoas devam estar confraternizando a vida em bares, esquinas ou coisas parecidas. Neste momento, estou enrolado num cobertor tentando explicar para vocês o quanto é desconfortável viver neste litoral quase abandonado de belezas naturais e infestado pela corrupção de políticos canalhas. E eu aqui, feito um bobo alegre espalhando ludicidade. Eu invento cada uma!
É Rodrigo, bem assim mesmo... a única coisa que esse nosso litoral oferece são nossos amigos e família, porque de resto... o jeito é enquanto estivermos aqui procurar o melhor de cada momento, nem que esse momento seja estar enrolado num cobertor escutando o vento hehehe, abraço!
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