Não acredito na colheita do bom
semeador. Aquela história que aqui se faz
e aqui se paga é puro engodo. Nascemos e nos desenvolvemos com o medo nos dando
limitações. Somos seres que não nascemos ruins, mas não nascemos com o coração
puro. Simplesmente nascemos. A arte
talvez seja a maior prova de que somos seres incompletos. Não fazemos arte
devido a sua beleza, mas pela necessidade. Escutei de alguém que o Facebook está cheio de artistas. E isso
me foi dito num tom pejorativo. Óbvio
que o Facebook está cheio de artistas! Não só o Facebook, como todos os meios de
comunicação gratuitos da Web, estão repletos de artistas emergentes ou
não. O nosso papel nestas mídias, além
de divulgar o trabalho que nos esforçamos para fazer, é o de levar a dúvida onde
há certezas. Cutucar o indivíduo acomodado e fazê-lo melhor. Somos
transformadores e não tomadas! Geramos energia! Não tememos o destino! Essa
ladainha de deixa a vida me levar... pra nós não rola amigo. Não somos
revoltados, como dizem por aí, somos críticos. Alguns chegam a julgar o
trabalho do artista de maneira equivocada. A sombra de suas lindas e bem sucedidas
profissões, são capazes de jurar que passamos muito trabalho. Levamos a fama de
vagabundos quando trabalhamos pouco e de coitados quando trabalhamos além da
conta. É comum escutar que o nosso esforço
não vai dar em nada. Ou ainda, que tem muita gente fazendo e falta mercado para
tamanha população de artistas. Pior é ouvir que todo mundo quer ser artista,
pois é uma vida sem horários. Creio na diferença e respeito todas as opiniões,
mas isso não quer dizer a ausência de resposta por nossa parte. Tenho certeza
que a nossa semente é de outro planeta.
Que o nosso solo não é comum. Não
plantamos nosso trabalho na terra, pintamos nuvens. Tanta
maldade por aí e ficamos distraídos produzindo nossos quadros,
esculpindo madeiras, arrumando violões, compondo, desenhando... somos seres
estranhos mesmo. Não nos encaixamos no
tempo que a sociedade apontou como único. Nosso tempo é outro. Temos
sensibilidade e fazemos força para sensibilizar o outro. Somos um bando de "bocô", como diria o poeta Manoel de
Barros. Não creio na bondade ou maldade divina. Tenho fé e tenho pé para correr
atrás das estrelas que nunca alcancei. O resto é nada.
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