Ufa! Muitas coisas acontecendo e poucas certezas. Estamos envolvidos na gravação de dois CDs. O Velho dos Cabelos de Mola que está sendo produzido pelo Rafael Ferri, guitarrista, baixista e tocador de violão e o Histórias Cantadas da Infância dos Mestres Griôs pelo Rodrigo Apolinário, percussionista, tecladista e tocador de escaleta ambos músicos e pensadores do Zuando Som. Juro que em alguns momentos duvido que de tempo de fazer tudo. A produção independente dá aos artistas uma falsa sensação de liberdade. Se por um lado ficamos receptivos para a criação e produção, por outro, somos podados. Adoro quando ouço as pessoas falarem que hoje em dia qualquer um grava. Claro que grava! Basta ter dinheiro para importar uma boa placa de som, um bom computador, monitores, instrumentos, estudar um pouquinho com alguém que esteja disponível para ensinar e pronto. Tudo bem fácil! Todo mundo tem Myspace, Facebook, blogs, MSN, Youtube... Depois que tudo está gravadinho, bonitinho e organizado é só subir para a Web e ver o que acontece. Quase como pescar. Jogamos a isca e esperamos os mais variados tipos de peixe. O problema é que são milhões de pescadores. Como fazer para atrair a atenção do cardume para a sua isca? É incrível, os vídeos mais bizarros e óbvios lideram o gosto popular. Também existem trabalhos muito legais que acontecem via cabos, fios e ondas invisíveis. Para a Feira do Livro de Porto Alegre, ficamos com a difícil tarefa de terminar o CD que será encartado no livro em dois meses. O Velho dos Cabelos de Mola será um disco de rock para criança e acho que a história também. O Histórias Cantadas da Infância dos Mestres Griôs, que até o final do ano deverá estar ponto, é um disco baseado em causos reais e cheio de curiosidades. Estamos começando a entender como o mundo está funcionando: trilhões de amigos íntimos e desconhecidos, tudo ao alcance das mãos e do cérebro, cinco segundos já é demora, todos ligados esperando o próximo e-mail ou o comentário da foto postada há minutos. É estranho, mas não é mais permitido ou é no mínimo arriscado, entender unicamente da criação. Nós não temos mais o direito de saber sentir e fazer as canções somente. Temos que entender da divulgação, de luz, de som, de marketing e tudo mais. Me sinto minúsculo no meio de tanta informação. Vejo artistas que tiram tudo de letra. São rápidos, espertos e corajosos para transformarem o que fazem instantaneamente em produto. Alguns usam a Internet como um mercadão. Óbvio que não estão errados! Um dia ainda aprendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário