Sempre que as engrenagens não funcionam direito, algo fica
sobrando, pingando sem parar e a conta disso que vaza, é alta. Os canos finos,
assim como as veias fracas, não suportam as pressões. Meu chuveiro ostenta água potável, dessas
que a gente toma e mata a sede e espalha caprichos pelo corpo e lava lugares
que não lembramos que temos. Na vida, as engrenagens precisam ser
lubrificadas, não pela graxa da culpa que nos transformam em escravos
incrédulos, mas pela água. Esta mesma água que jorra freneticamente devido a
pressão. Meu chuveiro molha o piso em demasia e o som da água batendo no que é
sólido, me irrita! Fecho a porta para não ouvir. Copo? Balde? Jamais conseguiria
devolve-la pelo mesmo lugar que saiu. Mesmo igual, quando derrama, não é a
mesma água, não é o mesmo chuveiro e o piso pode estar escorregadio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário